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Quanto custa uma viagem ao redor do mundo?


Publicado por Rafael Coelho em 18 dez 2014
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Eis aí a pergunta que não quer calar. E a resposta é: depende! O que vai determinar o valor de uma volta ao mundo é o seu perfil de viajante. Ou então a maneira com a qual está disposto a cair na estrada. A verdade é que hoje em dia há diversas maneiras de viabilizar este sonho. E nós, como tantas outras pessoas, aproveitamos essa onda para surfar numa aventura pelos cinco continentes do planeta sem gastar tanta grana assim. Quer saber como? Dá uma olhada:

Orçamento

Nosso objetivo era gastar R$ 80 mil. Incluindo absolutamente tudo. Das vacinas que tomamos antes de partirmos ao voo de volta ao Rio de Janeiro. Mas, ao consultarmos gente que havia feito ou estava fazendo o mesmo, percebemos que o nosso mochilão seria bastante apertado – considerando que, além de querer visitar todos os continentes, tínhamos em nossa lista de desejos destinos considerados caros, como Nova Iorque (em pleno final de ano), Japão e Austrália. O jeito foi correr atrás e se virar!

Planejamento financeiro

Nós tínhamos a metade deste valor na poupança. Não somos de família rica nem nunca recebemos mesada de pai e mãe! Também não ocupávamos cargos importantes nas empresas onde trabalhávamos. A gente apenas consegue manter as finanças pessoais em ordem (saiba como). Ainda assim vendemos nosso apartamento financiado em Niterói, quitamos a dívida, separamos o valor que precisávamos para a viagem e compramos uma casa em Guapimirim, cidade interior do Rio no onde nascemos e fomos criados. Para a patroa era essencial ter algum canto para chamar de nosso. Além disso, precisávamos guardar os móveis em algum lugar. Eu preferia vender tudo e viajar por tempo indeterminado, mas ela preferiu um mochilão com prazo de validade! Nós também tínhamos um carrinho ano 2003, mas só conseguimos vendê-lo uns dois meses após o início do mochilão. E como pedimos demissão, a grana da rescisão não deu pra nada.

Custo final da viagem

Gastamos exatamente R$ 76.631,77 durante 383 dias na estrada. Foram 24 países (considerando o Brasil) em cinco continentes. Deste valor, quase R$ 10 mil foram usados com eletrônicos, criação do blog, mochilas etc. As passagens de ida para os países, incluindo quatro caras trocas de continente, custaram quase 30 mil. Hospedagem, alimentação, atrações turísticas e os transportes dentro dos países custaram menos da metade do valor total da viagem. Sem contar que pegamos a alta do dólar e o aumento do IOF. Este último episódio encareceu a viagem em 6%. 🙁

Vale dizer que nós chegamos a cogitar o ticket RTW, em que você já sai do seu país de origem com todos os bilhetes emitidos, mas além de não nos parecer economicamente tão vantajoso, optamos por liberdade. Apesar de você poder fazer alterações, a gente queria evitar qualquer tipo de dor de cabeça. Há quem recomende, mas a gente preferiu seguir a dica de alguns amigos viajantes. E valeu a pena!

País caros x baratos

Nas tabelas abaixo listamos as despesas em cada país (por pessoa). Repare a diferença da média diária nos valores com e sem a passagem de ida para os destinos. Dos cinco países mais baratos na tabela onde consideramos todas as despesas, apenas o Equador (lindo e realmente muito barato) se mantém entre eles quando retiramos o gasto com as passagens. Entre os mais caros, apenas dois se mantêm em ambas as comparações: Austrália e Estados Unidos, que fazem jus à posição que ocupam.

tabela-1

Outras “surpresas” podem ser explicadas também. Países como Cuba, Bolívia e Filipinas, por exemplo, são muito baratos, mas não aparecem numa boa posição no ranking. O primeiro é devido aos valores das passagens de ônibus e das casas particulares (quartos residenciais alugados), pois são cobrados na moeda voltada ao turismo, que tem quase o mesmo peso do euro. Viajando pela ilha na moeda nacional, é possível perceber o quanto as outras coisas são baratas. Já na Bolívia o que pesou foi o tour pelo espetacular Salar de Uyuni (aproximadamente R$ 300 por pessoa). Pela grandiosidade da atração este valor nem é tão caro, mas ao ser diluído nos poucos dias que ficamos no país acaba pesando na média. No caso das Filipinas o problema está no preço das passagens para as (incríveis) ilhas.

tabela-3

Fizemos também um ranking em USD, divido por continente. Vale lembrar que a cotação para quem está viajando (dólar turismo) é mais cara, devido à inclusão de taxas e impostos, como o próprio IOF. Chegamos a pagar de R$ 2,39 a 2,71 na moeda.

Os parceiros

Uma das razões para a boa saúde financeira da nossa viagem foram as parcerias. Não rolou grana, mas conseguimos economizar bastante com hospedagem. Também não pagamos por algumas atrações, como o mergulho na Indonésia e a noite no Deserto do Saara. Ainda não sabemos o valor exato economizado, mas acreditamos não ter sido pouco. Foram mais de 40 empresas que resolveram apoiar a nossa volta ao mundo. Temos consciência que a maioria quis apenas ajudar mesmo, pois o retorno que demos não é tão grande assim. Como fizemos? Batíamos na porta deles, mandávamos e-mail, mensagem pelo Facebook. O desafio foi não comprometer o nosso tempo da viagem e, ao mesmo tempo, retribuir ao máximo a cortesia. Deu certo… Graças a eles tivemos algum “luxo” na viagem! hahaha

Dicas para economizar no mochilão

Uma regra permeou toda a nossa jornada: optar sempre pelo mais barato (ou com melhor custo x benefício) nos quesitos alimentação, hospedagem e transporte. Por exemplo: em alguns países, como Colômbia, Peru, Equador e Bolívia, vale muito a pena comer na rua. Já no Japão, o jeito foi comprar a deliciosa comida pronta vendida nos supermercados. Em destinos mais caros, como Austrália, Portugal e Espanha, preparamos o nosso próprio rango!

Para dormir, nossa prioridade sempre foi o Couchsurfing. Ficamos em mais de 20 casas em diferentes países. É realmente incrível! Depois disso, avaliávamos os preços em hostel ou hotéis baratinhos. Às vezes a primeira opção sai um pouco mais cara, pois o valor é por pessoa. E quase nunca fazíamos reserva na internet. Apesar de ser o ideal, a gente sempre encontrava lugares mais baratos quando chegávamos aos destinos. Para quem estiver disposto a colocar a mão na massa, há a possibilidade de encontrar alguns trabalhos mundo afora em troca de comida e acomodação grátis. Encontramos muita gente adepta ao Workaway, por exemplo. Nós não chegamos a tentar, mas pode ser um caminho para economizar e também para vivenciar coisas novas.

Além de ficar de olho nos preços das passagens aéreas, também viajamos muito por terra. Sempre que possível com empresas não turísticas. E também pegamos umas nove caronas! Mas vale colocar na balança, pensar em segurança, conforto etc. Táxi, somente nos países onde este é o principal e mais barato meio de transporte. Voar apenas quando esta era a única opção. Números atualizados e corrigidos: 591 horas viajando de ônibus (e outros transportes terrestres), 148 de trem, 104 de avião e 42 de barco. Ou seja, tempo a gente tinha de sobra. Já dinheiro… rsrs

Lavanderia? Nunca! Sempre lavamos roupa na mão, nas pias de hotéis ou na casa das pessoas que nos receberam. Com isso, algumas peças acabam estragando. Mas a reposição é feita sempre de olho na economia. Eu precisei comprar duas bermudas, por exemplo. Uma na Indonésia e outra na Tailândia. Ambas custaram apenas 1 dólar. O mais importante é saber que as maiores experiências da viagem não estão relacionadas a dinheiro – embora ele ajude a viabilizar este sonho.

Poderíamos ressaltar os “perrengues” deste tipo de viagem, mas a verdade é que nada se compara com a vida que a maioria das pessoas com as quais encontramos pelo caminho leva. Não seria justo reclamar de algumas situações que, na verdade, não chegam nem perto de tudo que vivemos. Afinal, há milhares de pessoas passando por coisas muito piores. E durante toda uma vida. Acho que esse é o maior legado da viagem: continuar olhando para o lado, contribuir mais com o próximo, reclamar menos e agradecer sempre. E que venham muitas outras jornadas! Pra todos nós. Amém.

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1 comentário


Camila
8 yearss ago

(Reply)



Achei incrível o quão pouco vocês gastaram no Equador! Não foi um país caro na minha última viagem (e eu economizei!!!) mas a média foi bem mais alta que isso =/


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