Fazer um mochilão é abrir mão de algumas coisas que podem tornar uma viagem mais cara, como hotéis com preços altos, táxi, pacote turístico, restaurante famoso, carro alugado etc. Mas se engana quem pensa que mochilar é apenas uma forma de economizar. Buscar alternativas diferentes pode tornar a sua experiência na estrada em algo ainda melhor. Pelo menos tem sido assim com a nossa volta ao mundo. Mas como nem tudo são flores, alguns lugares são verdadeiros desafios quando o intuito é aproveitar sem gastar muito. É o caso de Bariloche, na Argentina.
No quesito transporte, optamos por viajar de ônibus pelo país. Saímos de Buenos Aires em um veículo da Via Bariloche. Acredite se quiser: muito mais confortável do que avião, apesar das 22 horas de viagem. Optamos pelas poltronas semileito, com 180 graus de inclinação. Só interrompíamos os momentos de sono para comer, assistir TV ou apreciar as belezas do caminho. Foram servidas três refeições: lanche, jantar e almoço. A passagem de ida custou R$ 436,00 para o casal, mas é sempre bom pechinchar entre as companhias que oferecem o serviço.
Já as linhas de ônibus da cidade deixam a desejar. Os pontos são confusos, e não é aceito dinheiro na hora. É preciso comprar os bilhetes com antecedência em diferentes lugares. Também não há opções que percorram todas as atrações da cidade. No Circuito Chico, por exemplo, você acaba sendo obrigado a contratar uma agência de viagem. O preço era tabelado: 100 pesos argentinos por pessoa. Algo em torno de R$ 28,00. O percurso de 65km dura cerca de quatro horas quando é feito desta forma. De ônibus é praticamente impossível.
O passeio conta com quatro paradas: Cerro Campanaro (o ticket para o teleférico custava 50 pesos argentinos); uma loja com produtos feitos com rosa mosqueta (o chá é horrível, e o perfume feminino fede); Capela San Eduardo, com vista para o famoso Hotel Llao Llao e o incrível Cerro Tronador, na divisa entre Argentina e Chile; e um ponto mais alto, com uma bela visão. Além de não existir ônibus para a última parada, seria preciso pegar várias conduções. Os horários das linhas também não favorecem. Outra opção é ir de carro, mas as estradas nem sempre estão em boas condições.
No que diz respeito à hospedagem, há poucas opções baratas em Bariloche. Ainda assim é possível encontrar alguns hostels mais em conta. Nós conseguimos desconto no aconchegante Lo de Max. O hotel conta com quartos privados, mas também oferece uma cozinha com geladeira e fogão. Tudo simples, mas bastante limpo e confortável. O dono, Max, mora lá com a mulher, Gabriela, e os filhos, Justina e Constantino. Todos muito simpáticos e receptivos.
A dica é andar bastante pela cidade, que é repleta de ladeiras! As ruas Mitre e Moreno são as vias mais importantes de Bariloche. A primeira conta muitos comércios voltados aos turistas, e na segunda é possível encontrar supermercados, guichês das empresas de ônibus locais, farmácias etc. Beirando a rua paralela à Mitre, está o belo Lago Nahuel Huapi. Do Centro Cívico, onde os coitados dos cães da raça São Bernardo fazem a alegria dos turistas, é possível ir caminhando até a beira do lago, em uma área tranquila onde é possível admirar as transparentes e geladas águas do cartão-postal.
O passeio até El Bolsón também é vendido pelas agências, mas nós fomos de ônibus (100 pesos por pessoa, ida e volta). O clima místico e tranquilo da cidade atrai principalmente artesãos e hippies, mas também encontramos muitas famílias por lá. Nós demos uma volta pelo Centro e depois seguimos para o Parque Nacional Lago Puelo, localizado há 30 minutos de El Bolsón, na província de Chubut. A passagem de ônibus para nós dois custou 50 pesos, e ainda foi preciso caminhar cerca de 1km até o parque. A estrutura do local não é muito boa (não encontramos banheiro e o restaurante estava fechado), mas a paisagem é muito bonita. Vale a pena superar estes problemas para acampar pelo menos por uma noite lá.
Fomos para Bariloche no final da primavera, quase início do verão – quando a cidade está sem neve e, consequentemente, com menos brasileiros. Um cenário perfeito para quem curtir um clima agradável, sol, jardins e estradas floridas e ruas livres dos inconvenientes flocos de gelo. Apesar disso, as atrações continuam caras nesta temporada. Por isso, fizemos a Rota dos Sete Lagos, até Santin Martín de Los Andes, da forma mais barata possível. Ficou curioso? Veja aqui o post sobre a nossa experiência neste paraíso argentino!
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1 comentário
olá, penso em passar 3 dias em Bariloche (6 a 9 de julho). Gostaria de saber como vocês conseguiram se locomover, tipo…contrataram um serviço de tour pela cidade…? Pq não quero chegar lá e ficar perdida sem saber pra onde ir ao sair do hostel ^^.
Desde já, grata pela atenção