Eu sempre viajei. Mesmo sem sair muito de Guapi, como é chamada a pequena cidade onde eu nasci, no interior do Rio de Janeiro, vivia com a cabeça nas nuvens. Viagens nunca foram uma prioridade para os meus pais. Quando era possível, passávamos as férias de janeiro na Região dos Lagos – o roteiro preferido da minha mãe. Mas, quando a grana apertava, o jeito era se virar pelas cachoeiras da minha terrinha. O que também era muito bom!
Aos 16 anos, fiz a minha primeira viagem com amigos. Fomos para o município de Natividade, também no Rio de Janeiro, mais precisamente no distrito de Bom Jesus do Querendo, onde experimentei pela primeira vez as vantagens de ser considerado carioca só por morar um pouco mais perto da capital… Mas podemos deixar essa parte para um próximo post!
Três anos depois, no início do namoro com a Amanda, eu fazia uma outra viagem, bem mais simples, mas fundamental para atender ao meu frequente desejo por movimento. Fui de mala e sem cuia para Niterói, onde em 2009 compramos nosso pequeno apartamento. No ano seguinte, eu e a Amanda, vinda de uma realidade bem semelhante à minha, andamos de avião pela primeira vez. Eu, a trabalho, e ela na nossa primeira viagem para fora do Rio. Lá fomos nós para Salvador, curtir o tal axé baiano no Dia dos Namorados.
De lá pra cá não paramos mais: Buenos Aires, Ilha Grande, Petrópolis, Paris, Londres, Amsterdam, Bruxelas, Bruges, Viena, Veneza, Bonito, Paraguai, Foz de Iguaçu, Trajano de Moraes, Recife, Porto de Galinhas, Paraty, Itaipava e por aí vai. Em cada um desses lugares, vivemos momentos especiais e inesquecíveis, como a expectativa pela chegada, a difícil contagem regressiva para o fim, os novos amigos, a saudade. E aquela “deprê” que bate na volta, misturada ao alívio de estarmos em casa? Coisa de doido!
E assim caminhamos, com uma vontade imensa de ir cada vez mais longe, independentemente da distância a ser percorrida.