Estávamos no Japão, nosso primeiro destino na Ásia, sem saber qual seria exatamente a próxima parada. Foi quando decidimos ir para as Filipinas por dois bons motivos para viajantes com um orçamento tão apertado quanto o nosso: o preço das passagens aéreas, o mais barato dentro do Sudeste Asiático; e o fato de brasileiros não precisarem de visto para entrarem no país. Também já havíamos lido sobre as paisagens simplesmente estonteantes das Filipinas! E assim foi.
Após chorarmos com a miséria da capital, Manila, seguimos para Palawan. Escolhemos a ilha por ser mais barata do que a famosa Boracay e também por seu clima mais relax, com menos turistas. O encanto começou antes mesmo de pousarmos naquele paraíso de tons azul e verde. Uma visão perfeita. Lá embaixo estava Porto Princesa, onde ficamos numa casa de bambu, sem portas ou janelas trancadas e com várias camas oferecidas gratuitamente a outros viajantes. O lugar até parecia um hostel, mas era apenas a residência do simpático Jonathan. Um cara extremamente simples, sempre disposto a ajudar conterrâneos e estrangeiros. Nem mesmo sua boa condição enquanto militar da alta patente o diferencia da vizinhança. A não ser pela possibilidade em contribuir mais com o próximo.
O pinoy (como os filipinos costumam se chamar) ainda estava no trabalho quando chegamos. Fomos recebidos pelos vizinhos dele que, apesar de não estarem nos esperando, abriram o portão da casa do nosso anfitrião, guardaram nossas mochilas e nos deram informações sobre a praia mais próxima. Uma cordialidade tão rara que ficamos nos perguntando se aquele lugar existia de verdade. Poucas casas do bairro têm energia elétrica, fornecida com várias interrupções durante o dia. À noite não há luz em parte alguma. É quando se vê lampiões acesos, gente conversando nas varandas e crianças brincando na porta das casas. Alguns aproveitam para tocar violão e outros instrumentos musicais. Quanta paz!
O povo filipino é risonho, carinhoso, cantante e muito curioso. Pela manhã, é comum ouvir os sons vindos dos karaokês que garantem a diversão das famílias. Na rua, todos perguntavam nossos nomes, para onde iríamos, onde estávamos hospedados, se tínhamos filhos (a negativa era sempre motivo de surpresa). Num primeiro momento o “interrogatório” até parece estranho, mas a sensação é que somos a janela do mundo para eles. Poucos têm oportunidade de viajar. Além de nos conhecerem melhor, perguntar é a melhor forma que eles (e todos nós, na verdade) encontram para entender o diferente.
Também ficamos hospedados na RM Pension, no centro de Puerto Princesa. O lugar é uma opção bastante em conta, mas básica. De lá é possível ir para todas as praias da cidade, sempre com águas quentinhas, cristalinas e praticamente sem ondas. Fomos a três delas: Trinidad, BM Beach e Pristine Beach. Em todas foi preciso pagar um valor simbólico de entrada. Fomos também ao Underground River, uma das Sete Maravilhas da Natureza e Patrimônio Mundial da Unesco desde 1999. Localizado no Parque Nacional do Rio Subterrâneo, ele tem mais de 8km de extensão e é considerado o maior rio subterrâneo do mundo. Mas, apesar das belezas de Porto Princesa, o paraíso ainda estava por vir…
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