Era uma vez um grande lago. Um dos maiores do mundo, pertencente a dois donos. No meio dos Andes, dividido por uma linha imaginária imposta por criaturas metidas a dono. O gigante em questão se chamada Titicaca, pertencente tanto ao Peru quanto à Bolívia. Diz a lenda que o berço da civilização Inca é a “Isla del Sol”, no lado boliviano. O deus Sol teria instruído seus filhos, Manco Capac e Mama Ocllo, a procurarem um local seguro para o povo. Assim a ilha passaria a ser considerada sagrada pelos antigos, que teriam vivido ali entre os séculos XII e XVI, até a chegada dos espanhóis.
O Titicaca está a mais de 3.800 metros acima do nível do mar. Nada que o típico chá de muña não ajude a driblar, permitindo que a gente contemple uma região repleta de cultura e belezas naturais. É o segundo maior lago em extensão da América Latina, superado apenas pelo Maracaibo, na Venezuela. Sua profundidade máxima é de 280 metros, tem 41 ilhas (algumas bastante povoadas) e é alimentado por água da chuva e pelo descongelamento das geleiras que o cercam. Na região ecoa – além do espanhol – línguas nativas como quíchua e aimará.
Muita gente fica em dúvida sobre qual lado visitar no caso de viagens mais rápidas. Nós resolvemos explorar ambos. E valeu muito a pena. É difícil eleger o melhor, mas tentaremos ajudar você caso seja essa a sua situação. Achamos que vale mais a pena conhecer primeiro a Ilha do Sol, na Bolívia, pois é possível admirar lindas paisagens em apenas um dia (saiba mais).
Ser um lugar barato também é uma vantagem para quem conta com um orçamento mais apertado, apesar da triste realidade de um dos países mais pobres do mundo. A Bolívia teve, no passado, toda sua riqueza oriunda da prata roubada para financiar o império espanhol. A consequência disto está estampada até hoje na árdua vida da população.
O ideal mesmo é dar um pulo em Puno, no Peru, para explorar um pouco mais o Titicaca. Fizemos o tour de dois dias lá, com uma noite na Ilha Amantani (veja aqui como foi). Embora Copacabana tenha realmente mais atrações, vale a visita. Para quem estiver com tempo e grana disponíveis, a dica é ir a outras partes do lago, dormir na casa das famílias locais e vivenciar ainda mais esta linda cultura!