Viajar o mundo com pouca grana às vezes implica em tomar decisões difíceis. A pior delas talvez seja manter no roteiro países que podem pesar demais no orçamento. Passamos por isso quando escolhemos o Japão como o nosso primeiro destino na Ásia. Mas a regra pra gente é sempre a mesma: economizar! Por isso, saímos dos Estados Unidos (outro destino caro para mochileiros) e desembarcamos em Tóquio, a maior metrópole do mundo! Partimos um pouco apreensivos, mas conseguimos curtir a capital japonesa sem gastar tanto assim.
No que diz respeito à comida, optamos pelas refeições prontas e frescas dos supermercados e também pelas delícias vendidas em feiras de rua (veja algumas delas aqui). Cozinhar no Japão não vale muito a pena devido ao alto preço dos alimentos. Pra quem curte mais legumes e verduras, a estratégia até pode funcionar. Outra opção são os macarrões instantâneos, sempre muito elaborados, com diferentes tipos de temperos e sabores. Não chega a ser o melhor dos cardápios, mas o que a gente não faz para um mochilão durar mais tempo, não é mesmo?!

Japão além do sushi: os empanados também são vendidos ao montes no país do peixe cru!
Apesar da imensa população, Tóquio tem ruas tranquilas, trânsito organizado, transporte público de qualidade, limpeza urbana exemplar e o melhor: um povo receptivo, educado e consciente. Graças a uma cortesia do Hotel Agora Place, ficamos no excelente bairro Asakusa, perto do metrô e do famoso Sensoji, o templo budista mais antigo e tradicional da cidade. Fundado no ano de 654 em homenagem à deusa Kannon, ele também é conhecido como Asakusa Kannon. A entrada é gratuita.

Rimos muito com a Amanda tentando ser gueixa! Sente a sacolinha plástica na mão… rsrs

Para entrar no templo é preciso espalhar a fumaça deste grande caldeirão de incenso pelo corpo, como um ritual de purificação. Não faz parte da nossa crença, mas não custa nada se adaptar!
Da janela do hotel nós conseguíamos ver a famosa Skytree, considerada a torre mais alta do mundo. Localizada na região de Sumida, ela fica toda iluminada durante a noite. Nós preferimos garantir a foto de baixo mesmo, pois o ticket é um pouco caro! Mas dizem que a visão da cidade lá de cima é incrível. Aproveitamos para conhecer também o Parque de Sumida, um bom lugar para observar a natureza. Na primavera ele fica ainda mais bonito com o fascinante floreio das cerejeiras.
Outra atração “0800” é a estátua do cachorro Hachiko. Ele protagonizou o filme “Sempre ao seu lado”, baseado na história de um cão que, após ser encontrado por um professor em uma estação de trem, passou a acompanhá-lo todos os dias até lá. Mesmo após a morte do novo dono, o animal passou nove anos indo à estação de Shibuya em busca do amigo. Hachiko morreu nos arredores do local e foi enterrado no canto da sepultura do companheiro, sendo homenageado com uma estátua de bronze pelo exemplo de amor e lealdade. Em frente à estação também fica o cruzamento considerado o maior do mundo, com oito semáforos e uma multidão de gente!
Aproveitamos o mesmo dia para conhecer o Yoyogi Park, ali bem perto da estação de Shibuya. Tanto que fomos a pé. O lugar é considerado o Central Park de Tóquio, mas isso é um tremendo exagero! De qualquer forma, ele é bastante bonito e merece a visita. Também ficamos alguns dias no bairro Ueno, onde há muitas opções de lazer, como o Ameyoko Market, área indicada para compras em geral, o Parque Ueno Onshi e a Akihabara, a região dos eletrônicos. Aqui talvez seja o lugar onde o lado mais tecnológico de Tóquio esteja mais presente, embora a cidade seja repleta de detalhes neste sentido.

Um grupo pop japonês se apresentando no parque. Pois é, nem tudo é perfeito!

Tudo no Japão é infantilizado – inclusive o sexo, que eles pouco fazem, mas muito consomem!
Em Chiyoda, conhecemos o Palácio Imperial e a Nijubashi Bridge. Um lugar muito bonito, com um clima tranquilo e romântico. Aproveite para ir à clássica Estação de Tóquio, a maior do país em termos de número de trens por dia. Em Shiodome é interessante conhecer a Torre de Tóquio. Não é tão bonita quanto a Skytree, mas também vale a visita – embora a gente, mais uma vez, tenha preferido não subir!
Contrariando todas as dicas que encontramos na internet, não compramos o tão recomendado Japan Rail Pass. Ficamos receosos, mas era tão caro que decidimos arriscar. Optamos pela linha mais popular de metrô dentro de Tóquio, e seguimos para as outras cidades de ônibus noturno. Sim, as viagens são mais longas. Mas por outro economizávamos com hospedagem. É o que a gente sempre fala… O dinheiro é pouco, mas tempo a gente tem de sobra!
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